Especial Dia do Automóvel: passado, presente e futuro dos carros no Brasil

Desde 1934, o Dia do Automóvel é celebrado no Brasil em 13 de maio, data comemorativa que surgiu em uma época na qual os carros eram verdadeiros símbolos de status e poder social. Afinal, havia apenas uma pequena quantidade deles circulando pelas ruas brasileiras, principalmente porque os veículos ainda não eram fabricados aqui — a indústria nacional apenas montava alguns modelos com as peças vindas de fora.

Contudo, ainda que a data oficial tenha sido estipulada apenas na década de 1930, a verdade é que as aventuras sobre quatro rodas em terras tupiniquins começaram anos antes, em 1881, quando o primeiro carro importado desembarcou no porto de Santos. Era um Peugeot com motor Daimler a gasolina, de 3,5 cavalos-vapor e dois cilindros em V, conhecido pelos franceses como Voiturette.

Atualmente, pela mobilidade, pelo status ou mesmo pela sensação de liberdade que um carro traz, fato é que até mesmo quem não é aficionado pelo mundo automotivo enxerga muito mais do que apenas quilos de aço, plástico, fios e vidros encaixados quando olham para os automóveis. Não é à toa que, hoje, quase 150 anos depois da chegada do primeiro veículo no Brasil, eles estão mais populares e acessíveis.

Falar em carros híbridos, elétricos, inteligentes e até mesmo autônomos, que dispensam o motorista, já não surpreende mais. A tecnologia evoluiu e, com ela, o mercado e as linhas de produção também se reinventaram. O que começou como uma montagem quase artesanal deu lugar a fábricas totalmente automatizadas, em que robôs e computadores conseguem montar um veículo em poucas horas.

Dia do Automóvel: conheça a linha do tempo dos veículos no Brasil

Como vimos, em um espaço de tempo relativamente curto, a tecnologia para carros foi capaz de dar saltos gigantescos. No Brasil, alguns fatos memoráveis marcam a história e a evolução do setor automobilístico — e é por isso que montamos uma linha do tempo para reunir os principais acontecimentos dos últimos anos! Anote aí:

1919 – A primeira indústria automotiva

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Antes mesmo da Volkswagen ou da General Motors, a Ford Motors Company foi a primeira indústria automotiva a aportar em terras brasileiras, há um século, instalando-se em um pequeno armazém e com uma linha de montagem especial para o famoso modelo T, apelidado carinhosamente no Brasil de Ford Bigode.

Depois de um começo tranquilo, a demanda por caminhões e veículos de tração mais potentes forçou a norte-americana a procurar espaços cada vez maiores, culminando em sua instalação permanente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde está até hoje.

1934 – Instaura-se o Dia do Automóvel

O Dia do Automóvel era celebrado pela primeira vez, no dia 13 de maio, de acordo com o decreto 24.224, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. Há algumas versões sobre a origem deste dia. Uma delas indica que a data seria em homenagem à Bertha Benz, esposa de Karl Benz, inventor do primeiro carro para venda do mundo, o Benz Patent-Motorwagen, ou Motorcar.

Outra versão aponta que o Dia do Automóvel no Brasil faria referência à produção do Belcar, um carro de passeio brasileiro e, finalmente, uma terceira hipótese indica que o dia teria sido escolhido por causa da abertura da primeira estrada pavimentada do país, que liga o Rio de Janeiro a Petrópolis.

1945 – Oportunidade para as metalúrgicas

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Nessa época, o Brasil mantinha uma frota envelhecida de carros, utilitários e caminhões norte-americanos e europeus dos anos 1930. Isso porque a produção de matéria-prima e os fabricantes tinham passado os últimos anos envolvidos na Segunda Guerra Mundial, quando fazer veículos militares era prioridade.

Durante esse conflito, o mercado nacional teve de improvisar soluções para a escassez da gasolina e a falta de peças de reposição de carros e caminhões. Foi nesse período, inclusive, que as metalúrgicas começaram a ganhar espaço no país.

1956 – JK institui o GEIA

Dando continuidade às investidas iniciadas por Getúlio Vargas, em 16 de junho de 1956, Juscelino Kubitschek instituiu o GEIA, órgão que estabeleceria e supervisionaria normas para a criação da indústria automobilística brasileira.

E com os carros sendo produzidos por aqui, criou-se um parque industrial formado não só por fábricas, mas também por uma ampla rede de fornecedores de autopeças e serviços periféricos de infraestrutura. Tratou-se de um grande marco histórico para o automóvel no Brasil, que foi acompanhado pelo surgimento de indústrias gigantes em solo nacional.

1957 – Kombi: o primeiro veículo 100% nacional

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Com o GEIA criado, a Volkswagen iniciou a produção do primeiro carro da marca 100% brasileiro, a Kombi, que rapidinho conquistou o carinho dos brasileiros. Seu nome foi pensado para dar a ideia de combinação, já que o automóvel combinava o transporte de cargas e de passageiros.

Ao mesmo tempo, a Ford lançava seu primeiro caminhão genuinamente brasileiro, o F-600. Esse movimento deu origem à produção da caminhonete F-100, marca registrada da Ford por muitos anos e a responsável por inaugurar o segmento de picapes no país.

1965 – Começa a febre das corridas

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Aqui, o país já contava com mais fábricas, mas a competitividade ainda era moderada. Só que algumas indústrias resolveram mostrar o valor dos seus automóveis em provas de corrida e isso acabou se tornando uma febre no Brasil. A princípio, essas competições não passavam de campanhas de marketing — todo o esforço dedicado era para promover um certo impacto na promoção de vendas.

Porém, com esse movimento, que na realidade se traduzia em promoção indireta de vendas, as fábricas começaram, aos poucos, a criar uma opinião pública favorável quanto à qualidade de seus carros, criando um consumidor mais exigente.

1973 – Brasil passa pela revolução automobilística

Com clientes em busca de automóveis cada vez melhores, as montadoras começaram a investir em verdadeiras mudanças de estilo e capacidade. Em 1973, a revolução automobilística começou. Novos modelos surgiram e fizeram história no mercado. Dentro dessa mudança se destaca o primeiro carro realmente atualizado: o Chevette, da General Motors.

Em seguida, a Volkswagen lançou a Brasília, com os mesmos componentes tradicionais, mas com carroceria atualizada, proporcionando um enorme crescimento para a fábrica. Esses modelos abriram a porta para tantos outros, como Maverick, Passat e Alfa Romeo, ícones da história do automóvel no Brasil.

1980 – Modernização do mercado

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O Fusca, campeão absoluto de vendas nos 20 anos anteriores, estava chegando ao fim de sua primeira vida, já passando o bastão para o Gol, que ainda não tinha todas as qualidades que o consagraram mas já dava sinais de que tinha potencial campeão. Essa também foi a década dos carros mundiais, uma tendência inaugurada pelo Chevette e consolidada a partir de 1982 com a chegada do Monza, seguido pelo Escort e, logo depois, pelo Uno.

Curiosamente, ao mesmo tempo em que estes modelos mais modernos chegavam ao mercado, boa parcela dos consumidores ainda optava por variedades mais estabelecidas e de concepção mais antiga, como o Corcel, o Opala, o 147 e o Passat.

1990 – Portas reabertas aos importados

Proibidas desde 1976, as importações de automóveis foram liberadas pelo governo Collor no dia 9 de maio de 1990. Assim, não demorou muito para que os importados dominassem as ruas, fazendo com que o governo aumentasse os impostos sobre importações.

Dessa forma, quem queria continuar no mercado brasileiro precisou pensar seriamente em abrir uma fábrica por aqui. Honda, Toyota, Renault, Peugeot e Dodge anunciaram a construção das suas e a concretização veio quase no finzinho da década. Elas foram chamadas de “new comers”, ou as novatas da indústria.

1998 – Primeiros carros elétricos nas ruas

O Toyota Prius se transformou no primeiro veículo elétrico híbrido produzido em série em 1997, mas só chegou ao Brasil no ano seguinte. Algum tempo depois, em 2006, o Tesla Roadster foi introduzido pela fabricante automotiva novata Tesla Motors, localizada no Vale do Silício, e o carro esporte de luxo elétrico começou a alterar as percepções do público.

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Em 2011, a Nissan produziu o Leaf, comercializado como carro de família ecológico líder e de preço popular. Em 2017, as montadoras tradicionais, incluindo BMW e General Motors, estavam investindo em veículos elétricos. Após uma década da aceitação inicial, espera-se que os carros elétricos virem tendência de mercado até o início da década de 2020.

Sustentabilidade e inteligência artificial: o futuro do automóvel

Hoje existe uma busca cada vez maior por fontes renováveis de energia. Ao mesmo tempo, cresce a conscientização com o meio ambiente por conta da queima de combustíveis fósseis. Dois movimentos que, somados, prometem um mercado promissor para os carros elétricos na próxima década e, quem sabe, até mesmo uma nova revolução automotiva!

Afinal, até os polêmicos carros autônomos, que dirigem sozinhos, já deixaram de ser coisa de filme de ficção há muito tempo. Atualmente, montadoras como Volvo, BMW, Mercedes-Benz, Ford e Land Rover já testam veículos assim. O mesmo vale para as grandes empresas de tecnologia, como Google, Uber e Baidu, que também quiseram entrar na onda dos automóveis inteligentes.

Mas independentemente do que o futuro reserva para o setor automotivo, a única certeza é que a tecnologia, a sustentabilidade e a responsabilidade vão ser o grande norte daqui em diante. E a Riosulense se orgulha de também fazer parte da história do automóvel no Brasil, atuando há mais de 70 anos no mercado nacional oferecendo mais de 5 mil itens, de dimensão e modelos variados, que atendem às exigências das principais empresas do setor!

 

E você, participou de alguma dessas datas históricas? Foi ou ainda é dono de algum “dinossauro” do automobilismo? Então divida sua história com a gente, é só deixar seu comentário no espaço abaixo!

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