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Por muitos anos, andar com o carro em ponto morto — especialmente em descidas — foi visto por muitos motoristas como uma maneira de economizar combustível. Já outros sempre evitaram a prática por considerá-la perigosa ou prejudicial ao motor. A verdade é que em torno desse hábito tão comum nas estradas e centros urbanos existem muitos mitos e verdades que confundem motoristas e até alguns profissionais da mecânica.
Até porque, com os avanços na tecnologia automotiva e o surgimento de novos sistemas de injeção e controle eletrônico, o comportamento dos veículos mudou — assim como a forma correta de conduzi-los. Por isso, neste artigo, vamos esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre rodar com o carro em ponto morto.
Então, se você é mecânico, aplicador ou um Expert que gosta de se manter informado, continue a leitura e descubra as 6 maiores verdades e mentiras sobre o assunto. Vamos lá?
Mito ou verdade? 6 afirmações sobre rodar com o carro em ponto morto
Com tanta informação circulando — nos grupos de WhatsApp da oficina, nas redes sociais e até nas conversas entre motoristas mais experientes —, fica difícil separar o que é verdade e o que é falácia sobre o uso do carro em ponto morto. Mas não se preocupe: para ajudar você a entender melhor essa prática e orientar seus clientes com base em dados e conhecimento técnico, listamos abaixo 6 afirmações populares sobre essa prática. Acompanhe:
1 – Andar em ponto morto economiza combustível
MITO. Essa é, de longe, a crença mais comum — e também a mais equivocada. Em veículos mais antigos com carburador, essa prática até podia gerar uma leve economia. Mas nos carros modernos, equipados com injeção eletrônica, o sistema entende quando o acelerador está solto e interrompe o fornecimento de combustível automaticamente em descidas com marcha engatada.
Ou seja: com a marcha engatada e o pé fora do acelerador, o consumo é praticamente zero. Já em ponto morto, o motor precisa continuar funcionando para manter a rotação mínima, e por isso acaba consumindo mais. Em outras palavras, nos carros atuais, andar em ponto morto gasta mais combustível, não menos.
2 – Descer em ponto morto é perigoso
FATO. Manter o carro em ponto morto durante uma descida compromete o controle do veículo, já que o conjunto deixa de atuar como freio motor. Isso faz com que os freios sejam mais exigidos para conter a velocidade, o que aumenta o risco de superaquecimento, perda de eficiência e, em casos extremos, falha total do sistema de frenagem.
Além disso, em situações de emergência, o tempo de resposta para engatar uma marcha e retomar o controle total do carro pode ser crucial. Portanto, descer em ponto morto é, sim, uma prática arriscada e não recomendada.
3 – Rodar em ponto morto prejudica o motor
NÃO É BEM ASSIM. Em condições normais, manter o carro em ponto morto por curtos períodos não causa danos diretos ao motor. No entanto, o problema está no uso prolongado e frequente da prática, especialmente em descidas ou situações em que o sistema de arrefecimento e de lubrificação precisam operar com eficiência.
Ao tirar o carro da marcha, o motor continua funcionando, mas sem o benefício do freio motor e com menor controle da força de tração, o que pode gerar desequilíbrios de rotação ou exigir mais do sistema de freios, impactando indiretamente a saúde geral do conjunto.
4 – Em ponto morto, o carro desliga se você não acelerar
MITO. Esse é um equívoco comum entre motoristas iniciantes. Em carros manuais, ao engatar o ponto morto e soltar o acelerador, o motor continua funcionando normalmente em marcha lenta, sem necessidade de pisar no acelerador. Ele só vai desligar se houver algum problema no sistema de ignição, alimentação de combustível ou arrefecimento.
É justamente por isso que, ao parar no semáforo ou no trânsito, muitos condutores colocam o carro em ponto morto e tiram o pé da embreagem, reduzindo o esforço do sistema e melhorando o conforto na condução.
5 – Rodar em ponto morto causa desgaste da embreagem
NÃO É BEM ASSIM. Manter o carro em ponto morto em si não desgasta diretamente a embreagem, já que o disco está desacoplado do motor. O que causa desgaste é o mau uso frequente da embreagem, como ficar com o pé apoiado no pedal constantemente ou fazer arrancadas bruscas.
Por outro lado, se o condutor costuma engatar e desengatar a marcha repetidamente para colocar o carro em ponto morto durante trechos curtos, pode, sim, acelerar o desgaste do conjunto. O ideal é manter uma condução suave e contínua, respeitando a rotação ideal para trocas.
6 – Em ponto morto, o freio motor deixa de funcionar
FATO. O freio motor é ativado quando o carro está com marcha engatada e sem aceleração. Ele ajuda a reduzir a velocidade do veículo de forma gradual, utilizando a compressão interna do motor. Quando o carro está em ponto morto, esse efeito desaparece, e todo o trabalho de frenagem recai sobre os freios.
Isso quer dizer que, além de aumentar o desgaste das pastilhas e discos, essa prática pode comprometer a segurança, especialmente em descidas longas ou com curvas acentuadas.
Conclusão: segurança e eficiência vêm em primeiro lugar!
Como vimos, conduzir o carro em ponto morto não traz benefícios práticos no cenário atual automotivo. Com os sistemas de injeção eletrônica modernos, a economia de combustível ocorre com o carro engrenado e o pé fora do acelerador, aproveitando o freio motor para controlar a velocidade e reduzir o consumo.
Assim, mais do que uma escolha de estilo de condução, evitar o uso do ponto morto em movimento é uma questão de segurança, durabilidade e desempenho. Então, se você é Expert e tem uma base de clientes que confia em você, a dica é orientá-los sobre esses cuidados para ajudá-los a evitar desgastes prematuros em peças como discos, pastilhas e até no conjunto do motor.
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