Saiba como proteger o carro da chuva e evitar o desgaste do motor

30 de abril de 2019 6 minutos de leitura Todas as Postagens Dicas técnicas

Em muitas regiões brasileiras, os meses mais chuvosos do ano reservam uma série de desafios para os motoristas: além da tradicional dificuldade para enfrentar o trânsito lento, trafegar por locais alagados pode causar danos severos ao motor do veículo e, em alguns casos, até mesmo uma pane generalizada no automóvel. Diante desse cenário, é importante saber como proteger o carro da chuva e evitar o desgaste do motor.

E saiba que dominar algumas manobras para encarar as ruas alagadas não basta. Tanto o condutor quanto o mecânico precisam conhecer também os cuidados básicos com o veículo que acaba enfrentando enchentes e buracos ou que fica constantemente exposto à chuva e aos desgastes provocados por ela. É por isso que, neste artigo, vamos ver algumas dicas valiosas sobre o assunto!

Entenda como e por que a chuva afeta o desempenho do motor

Há cidades em que basta uma concentração um pouco mais intensa de chuva para que notícias de carros engolidos pela água se espalhem. Mas, na prática, será que é fácil saber o que fazer quando se é surpreendido por um alagamento e não há como escapar? Quem é mecânico provavelmente já sabe a resposta: vem muito trabalho pela frente!

A boa notícia é que todo veículo tem como ser recuperado, mesmo os que foram completamente submersos ou invadidos pela lama. A questão é que nem sempre é fácil saber quando vale a pena arcar com o serviço, porque quanto mais componentes eletrônicos e mecânicos danificados pela água, mais dor de cabeça o dono e o mecânico vão ter.

Existem os casos mais simples, em que a água invade o veículo e a única consequência é um assoalho encharcado, por exemplo. Na outra ponta, contudo, ficam as situações mais complexas, em que os veículos foram atingidos com o motor em funcionamento, geralmente quando o motorista tentava atravessar um alagamento. Em ocorrências assim, cabe ao profissional mecânico a tarefa de esclarecer o problema para o cliente.

É muito provável que ele tenha cometido um dos erros mais comuns, mas que é fatal: entrar rápido na água. Nessa hora, o motor pode aspirá-la, provocando o famoso calço hidráulico. Isso ocorre quando a água entra nos cilindros e impede o curso total dos pistões, aumentando o esforço sobre os demais componentes, deformando-os.

Funciona assim: o motor de um automóvel comprime uma mistura de ar e combustível. No momento final dessa compressão, a vela solta uma faísca, gerando a combustão. Ocorre que, quando a água entra no cilindro e ocupa o lugar do ar, o pistão não consegue comprimi-la e acaba se deformando. Isso faz com que a biela entorte e, por sua vez, danifique as sedes, guias e válvulas do cabeçote, provocando o travamento do motor.

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Como proteger o carro da chuva e evitar o temido calço hidráulico

No caso de um motor engolido pela água, tenha certeza de tranquilizar o seu cliente: o carro tem conserto! Mas vale também orientá-lo sobre as ações recomendadas em situações assim, tanto para evitar grandes prejuízos para o bolso do consumidor quanto para prevenir o incômodo na sua oficina — recuperar um veículo que passou por um calço hidráulico pode consumir muitas horas de trabalho.

Uma boa dica é que, se ele perceber que a água vai ultrapassar a linha dos faróis, a melhor alternativa é desligar o veículo antes que isso aconteça. Esse movimento não vai evitar que a água entre no motor, porém, com o carro desligado, essa água não chega a invadir os cilindros, evitando o calço hidráulico e a deformação dos componentes do cabeçote!

Vale reforçar ainda que se ele estiver atravessando um alagamento e o motor do carro apagar, não é recomendado tentar fazê-lo pegar novamente. Mais vale esperar a água baixar e guinchar o carro até sua oficina. Explique que uma limpeza interna do motor será necessária, bem como a troca do óleo e do filtro de ar. Somente depois deste serviço é que o motor poderá ser colocado em funcionamento outra vez.

O mesmo vale para os componentes elétricos: centrais eletrônicas de injeção e ignição são blindadas, mas a água pode, sim, molhar os contatos. Assim, é bom que o mecânico utilize jatos de ar comprimido para limpar os terminais e, depois, aplique um spray à base de silicone. Isso evitará a oxidação e futuras falhas de contato nesses módulos.

Ajude seu cliente a prolongar a vida útil do veículo

Em outro artigo aqui do blog, falamos sobre sucesso do cliente, conceito que podemos definir como a entrega do melhor resultado possível ao consumidor. Então, que tal colocá-lo em prática na sua oficina alertando seu cliente sobre como proteger o carro da chuva e prolongar sua vida útil? Anote nossas dicas:

• Limpadores

Em dias chuvosos, o primeiro passo é garantir a melhor visibilidade possível da pista. E um dos itens imprescindíveis nessa tarefa é o limpador de para-brisa. É importante ficar atento a riscos de borracha no vidro e ao som emitido pela peça quando ela passa por ele: esses são dois indícios de que está na hora de trocar o limpador. Claro, essa recomendação vale para os limpadores frontais e traseiros!

• Lanternas

Dias chuvosos são naturalmente mais escuros e em muitos momentos requerem o farol aceso. Por isso, lembre que seu cliente deve revisar as lanternas antes de sair com o carro, pois além da questão da segurança, o condutor corre risco de ser autuado com quatro pontos na carteira se os equipamentos não estiverem funcionando. As luzes de sinalização, como o pisca alerta e setas de direção, também devem estar em dia para evitar transtornos.

• Pneus

A água reduz o atrito entre o asfalto e os pneus, sendo que o acúmulo do líquido pode gerar a famosa aquaplanagem, processo no qual o motorista praticamente perde o controle do carro devido à falta de contato entre o pneu e o chão. Aqui vale reforçar a importância do condutor conferir a profundidade dos sulcos dos pneus (ranhuras na borracha), pois são eles que entregam a condição atual da borracha.

• Freios

Juntamente com os pneus, o sistema de freios é o responsável por parar o carro em qualquer emergência e, por isso, deve estar em boas condições. Pergunte ao cliente se ele escuta ruídos ou cliques ao frear. Se a resposta for positiva, é bem possível que o freio precise de manutenção. Além disso, oriente o motorista a conferir periodicamente itens como fluido de freio, discos e cilindros.

• Sistema de circulação de ar

O sistema de ventilação do veículo exerce um papel fundamental quando o vidro começa a embaçar. Por esse motivo, com ar-condicionado ou não, é necessário realizar manutenção das entradas de ar e do sistema de ventilação, já que, em casos de opacidade do vidro, eles resolvem o problema de maneira mais rápida, evitando que o motorista se arrisque ou tenha que parar o carro na via.

Além das dicas de manutenção, vale ajudar o cliente a levar em conta alguns conselhos bem conhecidos na hora de dirigir na chuva, como respeitar a distância de segurança, reduzir a velocidade, redobrar o cuidado nas ultrapassagens e ficar atento à visibilidade. Lembre-o sempre de que mais importante do que chegar logo é chegar são e salvo!

E aí, pronto para deixar sua clientela superpreparada para lidar com qualquer tipo de chuva ou problema com água no motor? Não esqueça de compartilhar essas informações com seus colegas e funcionários também, garantindo uma equipe bem preparada e um consumidor sempre satisfeito! Ah, e se você conhece outros pontos de atenção para dias de chuva, não deixe de dividi-los conosco aqui — é só entrar em contato ou deixar seu comentário no espaço abaixo!

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